quarta-feira, 24 de abril de 2013

10 anos da iTunes Store: uma grande revolução no mercado da música e da mídia digital

No próximo dia 28 de abril (domingo), a iTunes Store completa 10 anos de operação, uma história de muito sucesso e muito lucro que começou na indústria fonográfica e hoje se estende ao mercado de aplicativos ou apps, vídeos, livros digitais e podcasts.
Uma década de iTunes
A "loja de música digital" da Apple nasceu para dar suporte a um produto inovador que viria a ser lançado seis meses depois, em outubro de 2001: o iPod, originalmente apenas um MP3 Player com capacidade de 5GB e custo de 399 dólares. Considerado até hoje o lançamento mais arriscado da empresa devido à proximidade do seu advento aos atentados de 11 de setembro, quando os Estados Unidos ainda estavam sob forte comoção, revelou-se um grande sucesso e marcou definitivamente a reestruturação da Apple pelo seu fundador Steve Jobs, que retornou a mesma depois de ter sido expulso em 1985 pelo então presidente John Sculley.

Como toda tecnologia que se populariza, o MP3 tornou-se transparente para nós, clientes finais, e torna-se coadjuvante em toda essa revolução que criou no mercado da música. Entretanto, não foi a Apple quem o tornou o formato padrão de áudio digital e sim a Sony, ainda em 1997. MP3 é uma abreviação de MPEG 1 Layer-3 ou (Mini Player camada 3), padrão de arquivos digitais de áudio estabelecido pelo Moving Picture Experts Group (MPEG), grupo de trabalho de especialistas de Tecnologia da Informação vinculado à ISO e à CEI. Esse grupo foi criado a partir das pesquisas do professor Dieter Seitzer, da Universidade Erlangen-Nuremberg na Alemanha, ainda no início da década de 70.

Depois de tornar-se um padrão de mercado, o MP3 foi massificado através da nossa querida internet, mais especificamente pelo fenômeno Napster, programa de compartilhamento de arquivos em rede P2P criado por Shawn Fanning e seu co-fundador Sean Parker (sim, aquele mesmo do Face) em 1999. No seu auge atingiu 8 milhões de usuários trocando um volume estimado de 20 milhões de músicas, em janeiro de 2001. Dois meses depois foi fechado devido a série de ações legais promovidas pela indústria fonográfica acusando-o de promover a pirataria e possibilitar a troca de arquivos de áudio protegidos por direito autoral.

Entra então em cena a loja de música da Apple, adotando como padrão o Advanced Audio Coding (AAC), esquema de codificação para compressão de dados de som digital sucessor do MP3 e vendendo músicas legalmente por U$ 0,99. Além de não infringir os direitos autorais dos artistas, a então iTunes Music Store permitiu que os clientes comprassem apenas as canções que lhe interessavam ao invés de pagar por um álbum de 13 faixas quando na prática ouviam e gostavam apenas duas a três.

Com a natural evolução do iPod, o aumento da capacidade de armazenamento e inclusão de recursos como a reprodução de vídeos, tela touchscreen e acesso à internet, a iTunes Store retirou o "Music" do nome e passou a comercializar também seriados de TV, filmes, videoclipes, aplicativos, livros digitais (iBooks), podcasts, aulas e cursos on-line, tornando-se a principal plataforma de entretenimento multimídia do mercado que ela inaugurou.

Hoje a loja virtual detém 63% do mercado de downloads pagos de música, em um universo de 44 milhões de clientes que compraram pelo menos uma música ou disco no ano passado, isso apenas nos Estados Unidos, a iTunes Store está presente oficialmente em mais 122 países. São mais de 40 bilhões de apps baixadas, 25 bilhões de músicas vendidas e 1 bilhão downloads de aulas e cursos no iTunes U, plataforma de ensino à distância da Apple. Além disso, possui 45% do setor de aluguel de filmes on-line, tudo isso representa um faturamento estimado de 13 bilhões de dólares à empresa cujo símbolo é uma maça mordida. Todo esse conteúdo digital é consumido em um ecossistema que engloba Macs, PCs, iPads, iPhones, iPods e Apple TVs.

Em celebração ao seu décimo aniversário e toda essa história de sucesso, a iTunes Store ganhou uma linha do tempo que destaca os principais marcos da loja virtual até hoje, com os artistas, álbuns, músicas e aplicativos mais populares do período. "Uma década de iTunes" nos faz conhecer ou reviver os momentos mais importantes desta grande ferramenta de diversão, aprendizado, cultura e negócios.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Gabriela do meu Piauí


Ano passado o Brasil inteiro se divertiu com os bordões do enigmático Coronel Jesuíno, brilhantemente interpretado pelo ator José Wilker em mais uma versão televisiva do romance de Jorge Amado: "Gabriela, Cravo e Canela". Entretenimento a parte, o personagem nos remete a uma época triste da nossa história, em que a população nordestina sofria com essas figuras "poderosas", Autoridades acima das leis, do bem, do mal e de tudo que fugisse dos seus interesses, os famosos coronéis na então rica e patata Ilhéus da década de 20.

Hoje estamos na Era da Informação, da transparência, da valorização (ainda que tardia, hipócrita e incompleta) da ética, da honestidade e da justiça. Na história recente do nosso país, presenciamos alguns desses "poderosos" sendo julgados, condenados e presos pelas atrocidades cometidas contra a sociedade.

Claro que a corrupção está longe de ser eliminada (nem creio que um dia será) mas é um começo. O problema, infelizmente, está em cada um de nós: O "jeitinho brasileiro" é cultural, é a relação promíscua entre o público e o privado, enraizada dentro de cada alma tupiniquim, deveria ser motivo de vergonha e não de orgulho, como é exaltado em algumas rodas.

Tanto está em nós que até hoje temos "coronéis" do século XXI tentando aplicar esses mesmos mandos e desmandos naqueles que consideram inferiores e, com dor no coração, vejo o meu Piauí ajoelhando-se a cinco ou seis famílias "poderosas" que fartam-se à mesa do dinheiro público enquanto jogam as migalhas pelos seus cantos, onde os que se acham "menores" ficam felizes com os restos.

Eu não aceito isso, nem os "coronéis" nem os restos. Enquanto não lutarmos pelo nosso estado, não esperem que ninguém lute para acabar com essa capital com cara de província, onde tudo é difícil, onde nada dá certo sem o dedo público sujo, esse câncer que se estende por todo o nosso território.