quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Política: os 5 estágios discretos da perda

Em 1969, no livro "On Death and Dying", a psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross apresentou ao mundo um modelo de comportamento humano que se tornou popularmente conhecido como "Os Cinco Estágios do Luto" (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte), atualmente chamado de Modelo de Kübler-Ross. Tal modelo descreve cinco estágios discretos pelos quais as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia, a saber: Negação ou Isolamento, Cólera (Raiva), Negociação (Barganha), Depressão e Aceitação.

Na política, especialmente durante as campanhas eleitorais, percebemos claramente esses estágios, principalmente nos momentos em que a chapa "favorita" percebe (e nega) o engrandecimento do adversário quando se aproxima o dia do pleito. É nesse momento que o caráter das pessoas é posto a prova, que o discurso e o debate propositivo é substituído pela cólera do deboche, das falácias, dos ataques, ofensas e golpes baixos. Será tão difícil aos estrategistas e marketeiros políticos perceberem a ineficácia desse plano de ação? Será invisível aos seus olhos a pobreza que essa estratégia traz à nossa sociedade como um todo? O descrédito da população na classe política advém disto, do diálogo maduro entre os candidatos que deveriam ter como objetivo comum o trabalho a favor do cidadão substituído pela barganha politiqueira em benefício próprio.

Então vem o dia D, e toda a tensão que ele traz consigo. O tempo acabou para todos: os "acordos" que não foram fechados, as propostas que não foram divulgadas, os eleitores que não foram conquistados. Aqueles "favoritos" constatam mais uma vez o erro em atacar covardemente o adversário ao invés de mostrar suas qualidades em relação ao outro. Em que aspectos sua gestão beneficiaria aquela classe que estão dispostos a representar? A apuração traz o resultado, e com uma transparência nua e crua, igualável ao encarar-se sozinho no espelho, o baque dói, a consciência acusa o golpe que te derruba para o vale, a depressão se instala e o pensamento mór é "jogar tudo para o alto, [coloque aqui seu palavrão favorito]". Chega-se à encruzilhada, o ciclo pode se encerrar aceitando que o adversário é realmente melhor e que posso evoluir e amadurecer para superá-lo no futuro, ou posso me ater novamente à pequenez de negar a derrota, de buscar nos tribunais a vitória que não tive competência para conquistar no voto do meus. E mais uma vez presenciamos o político fraco optar pelo caminho mais difícil e menos inteligente.

Grande Abraço